PMPR apresenta os resultados do primeiro experimento aleatorizado controlado de policiamento em pontos quentes do país
No dia 21 de setembro, a Secretaria Estadual da Segurança Pública do Paraná (SESP-PR) e a Polícia Militar do Paraná (PMPR) realizaram o seminário Policiamento Baseado em Evidências, em Curitiba, Santa Catarina.
No dia 21 de setembro, a Secretaria Estadual da Segurança Pública do Paraná (SESP-PR) e a Polícia Militar do Paraná (PMPR) realizaram o seminário Policiamento Baseado em Evidências, em Curitiba, Santa Catarina. O evento teve como objetivo expor os resultados do primeiro experimento aleatorizado controlado de policiamento em pontos quentes na capital.
O projeto foi promovido pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), que, através de um edital, convidou todas as polícias militares do Brasil a participar, sendo a PMPR a escolhida para implementar o primeiro experimento científico sobre a efetividade do policiamento em pontos quentes no país.
O experimento foi aplicado durante 3 meses, do dia 24 de março até 29 de junho, realizado através de um efetivo de 60 policiais militares da PMPR. Foram adotadas práticas de policiamento focalizadas em seguimentos com alta concentração criminal, resultando em 130% de aumento de patrulhamento preventivo nos segmentos quentes selecionados aleatoriamente via sorteio.
Para realizar o desenho e avalição do estudo, a Polícia Militar e a Secretaria do Estado contaram com o apoio de pesquisadores especialistas do tema. Gaston Pezzuchi, do Grupo de Comando da Polícia da Província de Buenos Aires, foi responsável pela análise dos pontos quentes, enquanto Joana Monteiro e Eduardo Fagundes, da Fundação Getulio Vargas, realizaram a avaliação de impacto.
“Hoje é daqueles dias que faz a gente acreditar que é possível mudar visões da segurança pública. Foi incrível ver os policiais que participaram do projeto apresentando os resultados, explicando a lógica de teste e o que aprenderam com a experiência”, contou Joana.
Para Joana, essa alegria parte do ineditismo da parceria entre a PMPR e as instituições de pesquisa. “Essa é a primeira vez que uma polícia do Brasil faz um projeto como esse, um dos poucos da América Latina, o que mostra abertura e vontade de aprimorar as técnicas, tanto por parte da Polícia Militar, quanto da Secretaria de Segurança”, disse.
Durante o evento, estiveram presentes o subcomandante-geral da Polícia Militar, coronel Paulo Henrique Semmer; e o chefe do Estado-Maior da PMPR, coronel Valmor Anderson Pereira. Participaram também os oficiais da PMPR; comandantes regionais e de unidades operacionais da instituição; alunos do Curso de Aperfeiçoamento de Oficiais (CAO), alunos do Curso de Formação de Oficiais (CFO) da PMPR, dentre outros.
O chefe do Centro de Análise, Planejamento e Estatística (CAPE) da SESP-PR, major Cláudio Todisco, foi responsável por apresentar os resultados do experimento, enquanto a capitã Carolina Zancan, da Câmara Técnica de Análise Criminal, compartilhou os aprendizados do experimento para a corporação.
“O nosso compromisso era executar corretamente todas as premissas para testar se a intervenção funcionava ou não. E mesmo se o resultado tivesse sido negativo, teria sido válido pois poderíamos ter aprendido com o experimento e, assim, aprimorar o que estava errado”, relatou a comandante.
Após o evento, no dia 28, o major Cláudio Todisco e capitã Carolina Zancan apresentaram o trabalho na 13° Semana de Segurança Cidadã e Justiça Brasileira realizada pelo BID, em parceira com o Governo do Estado da Bahia e o Ministério da Justiça e Segurança Pública. Através do painel Inovações para melhorar a governança e a legitimidade da segurança cidadã, os agentes falaram sobre o uso de dados e evidências para orientar o policiamento urbano a partir do experimento de Curitiba.
Como último passo, a equipe de avalição de impacto está realizando as últimas análises de robustez. Em breve, os resultados finais estarão disponíveis para todos, se tornando um exemplo promissor da importância do trabalho cooperativo entre os órgãos de segurança e instituições de pesquisa.